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Foto: A bola.pt |
Liverpool goleia o Wigan e vai se aproximando do Arsenal na classificação da Premier League; irregularidade da equipe impede crescimento
Se na primeira parte da temporada o Liverpool foi punido pelos seus erros de mercado e gastos astronômicos como Andy Carroll, 2013 parece ter sido o momento da virada para os Reds. Sob o comando de Brendan Rodgers, a equipe demorou a se encontrar em campo e ainda está longe da zona europeia, verdade, mas está entrosada e fortalecida para os próximos compromissos.
Ainda são cinco pontos atrás do Arsenal, classificado para a Liga Europa, mas o oxigênio necessário para lutar por esta vaga veio com a boa vitória diante do Wigan, no sábado. Tudo bem que os Latics não são lá um grande desafio para ninguém, porém o placar animador de 4-0 no DW Stadium foi o grito para a reação, um lampejo de sorte que há muito o Liverpool não tinha. Desde 2005 sem ganhar um título de grande importância, os Reds desfrutaram de uma noite exuberante fora de casa.
A sorte esteve mesmo ao lado de Rodgers e sua trupe, quando até numa falta em que Suárez escorregou, a bola acabou dentro das redes de Al-Habsi. Ao mesmo tempo que o uruguaio esteve iluminado, Phillipe Coutinho também mostrou serviço e boa aptidão, com duas assistências em um primeiro tempo absolutamente espetacular do Liverpool. Eficiente no ataque e consciente na defesa, o visitante encurralou o pobre Wigan e a cada marretada ofensiva, a torcida vermelha vibrava.
É preciso que Rodgers encontre o equilíbrio no seu elenco, que é visivelmente carente de pelo menos um atleta por setor, salvo a zaga, um dos pontos fortes. A irregularidade tem sido um elemento decisivo nessa nova fase. Foram vacilos imperdoáveis contra West Bromwich, Aston Villa e Stoke, que tiraram pontos cruciais do Liverpool na classificação. É essa bipolaridade tática que pode ser chamada de Síndrome de Rodgers: nós táticos impressionantes alternando com momentos de pura estupidez.
Outra verdade é que os Reds não têm praticado um futebol que possa ser referência na Premier League. Sem um padrão definido, o time acaba usando como refúgio a sua tradição e peso da camisa. Muitas vezes nem isso basta para servir de motivação.
Gerrard ainda é essencial nesta recuperação, quando leva sua experiência e seu talento ao meio campo, que tanto necessita de uma liderança consolidada. Quando o campeonato inglês tem seu pelotão superior ocupado por equipes competentes e boas surpresas como o Everton, Swansea e o West Brom, na 6ª, 8ª e 9ª colocação, respectivamente, a margem de erro tem ser reduzida.
Voltar a ocupar o espaço dos grandes e que disputam títulos na Inglaterra é questão de tempo. Talvez na próxima temporada, quando a Síndrome de Rodgers deverá estar um pouco mais controlada. Até lá, novas e boas contratações podem ser feitas, não só apostas caras em incógnitas como Carroll ou Sturridge.
Felipe Portes é estudante de jornalismo, tem 22 anos e é redator no Trivela, além de ser o dono e criador da Total Football. Work-a-holic, come, bebe e respira futebol.
"O futebol na minha vida é questão de fantasia, de imaginário. Fosse uma ciência exata, seria apenas praticado por robôs. Nunca fui bom em cálculos e fórmulas, o lado humano me fascina muito mais do que o favoritismo e as vitórias consideradas certas. Surpresas são mais saborosas do que hegemonias."
No twitter, @portesovic.
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