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Stevens aguentou até demais a má fase dos azuis reais (Eurosport) |
Schalke enfrenta inferno astral e nem saída de Huub Stevens alivia nebulosa nos azuis reais; será que o problema era mesmo o treinador?
Uma das perguntas mais frequentes que surgem na cabeça deste escriba nos últimos dias gira em torno do Schalke 04: Como é que as coisas foram ficar tão melancólicas pelos lados azuis do Vale do Ruhr? Mal das pernas no Alemão e com uma parada duríssima na Europa, o pessoal na Veltins Arena precisa colocar as barbas de molho.
Os indícios de decadência começaram a partir de setembro de 2011, quando Ralf Rangnick pediu o boné do comando técnico, alegando que "não tinha mais energias para levar o clube ao sucesso". A demissão soou esquisita, já que o clube ia bem na Bundesliga e tinha feito boa campanha europeia, meses antes. Sendo assim, a chegada de Huub Stevens (campeão da Copa UEFA com os azuis reais em 1998) deu novo oxigênio ao Schalke.
A terceira colocação final na tabela de 2011-12 foi um ótimo desfecho, gerando vaga direta para a Liga dos Campeões desta temporada. Até então, o time era bem entrosado e equilibrado, com um elenco forte e sem grandes estrelas, um verdadeiro operário da bola. Reforçados em 2012-13 pelo talentoso Afellay, a patota de Stevens novamente avançou na LC, mas criou um grande contraste com as atuações domésticas.
Justamente este contraste passou a evidenciar um desgaste físico e psicológico do Schalke na Bundesliga, que claramente não era prioridade nos planos de Stevens. A decisão que parecia fácil e óbvia passou a cobrar o seu preço: em vinte jogos no campeonato, foram oito vitórias, cinco empates e sete derrotas. Na segunda metade de dezembro de 2012, o treinador foi sacado após uma derrota para o Freiburg por 3-1. Para o seu lugar, o responsável pelo trabalho da base, Jens Keller.
Keller segue no comando e a situação continua alarmante. A sequência do Schalke é a 14a pior na Bundesliga e na próxima rodada o adversário é o imponente Bayern. Para piorar as coisas, quem vem pela frente na Liga dos Campeões é o Galatasaray, que estreia Sneijder e Drogba no confronto. Uma queda nas oitavas de final não seria surpresa, sobretudo levando em consideração o momento emocional do grupo.
Má Fase Futebol Clube
Parece óbvio apontar que a agenda cheia e a discreta renovação fizeram dos azuis reais uma vítima. O retrato da desmotivação veio na partida de sábado contra o lanterna Greuther Fürth, na Veltins Arena, quando os visitantes venceram por 2-1, com gols de Klaus e Djurdic. Michel Bastos, novo reforço dos Mineiros, marcou um golaço numa pancada do lado esquerdo.
Acuada e sem criatividade, a formação dos mineiros ainda precisará de tempo para se encaixar corretamente. Por agora, se trata de uma questão de fazer o melhor para se manter na parte superior da classificação. A saída de Holtby mudou muito o caráter do meio campo, que hoje trabalha em velocidade muito inferior do que a praticada ao final de 2012. As mudanças equivocadas do técnico Jens Keller vão aos poucos podando as chances de reação do Schalke no restante de temporada.
Se os principais destaques do elenco desaparecem quando precisam resolver um confronto mais difícil, é besteira pensar que contra adversários mais exigentes haja alguma chance de sobrevivência. Para uma agremiação que considera a Bundesliga como "o pão de cada dia", nas palavras de Horst Heldt, diretor de esportes do Schalke, é essencial que uma recuperação se dê por iniciada. Afinal, mais uma derrota para um quase rebaixado seria desastrosa.
Felipe Portes é estudante de jornalismo, tem 22 anos e é redator no Trivela, além de ser o dono e criador da Total Football. Work-a-holic, come, bebe e respira futebol.
"O futebol na minha vida é questão de fantasia, de imaginário. Fosse uma ciência exata, seria apenas praticado por robôs. Nunca fui bom em cálculos e fórmulas, o lado humano me fascina muito mais do que o favoritismo e as vitórias consideradas certas. Surpresas são mais saborosas do que hegemonias."
No twitter, @portesovic.
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