segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

ColunEuro: Todos amam David

Foto: MSN.com
Beckham faz sua estreia pelo PSG e mesmo sem gols ou assistências, brilhou na noite parisiense. Meia inglês já ganha até elogios do chefe Carlo Ancelotti, que procura uma forma de escalar o astro na equipe titular

Ele já tem 37 anos de idade, desde 2010 não é convocado pela seleção inglesa, é ícone de moda, estrela internacional e sonho de consumo para muitas mulheres mundo afora: este é David Beckham, um dos grandes jogadores das décadas de 1990 e 2000. 

Aliás, o talento deveria ser a sua qualidade mais lembrada, mas em tempos de publicidade excessiva no esporte e figuras que muitas vezes transcendem as quatro linhas, Beckham virou celebridade, muito pelo fato de ser casado com a ex-Spice Girl Victoria Adams (fosse eu David teria escolhido qualquer uma das cinco que não fosse ela, mas é só minha opinião).

Desde que deixou o LA Galaxy, em dezembro de 2012, o inglês esteve ligado a várias equipes europeias. Apenas em janeiro deste ano ele definiu seu destino: o novo rico Paris Saint-Germain. Cercado de ações de marketing, David precisou de um mês para estrear pelo clube francês. Seu primeiro jogo foi contra o Olympique de Marseille. Aos 30 do segundo tempo, o Parc des Princes aplaudiu seu mais novo astro. Nem mesmo as presenças de Ronaldo e Eto´o nas bancadas ofuscaram a noite do camisa 32.

Em campo, o PSG vencia pelo placar mínimo, inaugurado por Lucas (foi gol contra de N´Koulou, que desviou, mas tudo bem), quando David deu o ar de sua graça. Com um passe do inglês para Ménez, a bola chegou até a ponta esquerda da área, onde o francês cruzou. Lucas Mendes ainda tocou, mas a pelota resvalou no joelho de Ibrahimovic, que aumentou e fechou a contagem da noite, já nos acréscimos da etapa final. 2-0.

David deu 12 passes nos 17 minutos que esteve jogando, errando apenas quatro, de acordo com estatística publicada pelo @OptaJean no twitter. A estreia encantou o treinador Carlo Ancelotti, que declarou ter se derretido com o seu jogador (de uma forma hétero?). Na atual conjuntura, Ancelotti pode muito bem arrumar uma vaguinha para Beckham entre os onze titulares nos próximos compromissos. 

A pergunta é: no lugar de quem? De Verratti, matando a segunda bola do meio para o ataque? Pastore, tornando a ligação com Ibrahimovic e Lavezzi mais lenta e direta? Matuidi, tirando o poder de marcação? Ou Ménez, reconhecidamente o elo mais fraco da formação? Sabemos que Lucas só sairá do time caso lesionado. Por isso, mais calma nessa idolatria, professor. 

Dê tempo para que o inglês se adapte melhor ao elenco. A experiência dele deve ajudar e muito na Liga dos Campeões, diante do Valencia. A julgar pelo efeito causado por Lucas, não vai mesmo demorar para que Beckham vire titular, mais cerebral do que físico e explosivo, como costumava ser no Manchester, Real e até na Inglaterra. 

A idade e a forma não vão permitir que ele seja tão participativo como outrora. Mas que o poder decisivo ainda está lá, isso é inegável. E logo de cara Beckham terá a chance de ser campeão francês. É incrível pensar que o meia não maculou sua carreira jogando por equipes desprestigiadas. Por onde passou, foi destaque. Além do mérito de popularizar a MLS, nos EUA. 

Hoje não há dúvida de que todos amam David. Em Manchester, Madrid, Los Angeles, Milão ou Paris.


Felipe Portes é estudante de jornalismo, tem 22 anos e é redator no Trivela, além de ser o dono e criador da Total Football. Work-a-holic, come, bebe e respira futebol.

"O futebol na minha vida é questão de fantasia, de imaginário. Fosse uma ciência exata, seria apenas praticado por robôs. Nunca fui bom em cálculos e fórmulas, o lado humano me fascina muito mais do que o favoritismo e as vitórias consideradas certas. Surpresas são mais saborosas do que hegemonias.

No twitter, @portesovic.

Um comentário:

LF disse...
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