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| Foto: NRC.nl |
Feyenoord perde jogo incrível para o Zwolle, último clube fora da zona do descenso na Eredivisie: destaque é Graziano Pellè, que marcou três vezes, uma delas contra o seu patrimônio
Tem sempre aquele dia que as coisas ameaçam não dar certo, mas com um pouquinho de dedicação, a gente dá a volta por cima na má sorte. E temos também aqueles domingos em que nem mesmo com toda a força do mundo, o destino sorri.
Na última rodada do Holandesão, o Feyenoord foi ao IJsseldelta Stadion visitar o Zwolle e saiu de lá com o rabo por entre as pernas. A surpreendente derrota por 3-2 para o 15º colocado na tabela contou com uma assistência cruel de um dos jogadores da equipe de Roterdã: Graziano Pellè, atacante italiano, abriu o placar para os mandantes e tentou reverter a besteira, sem sucesso.
É uma das histórias que acontecem em todos os lugares, tornando o futebol algo inigualável. Logo aos três minutos, o italiano presenteou o Zwolle com um gol de cabeça, iniciando os trabalhos de uma tarde toda diferente. Quatro minutos depois, a zaga deu mole e Lachman ampliou, livre, leve e solto. A zebra passeava na pequena cidade que fica a 120km da capital Amsterdã.
O 2-0 preocupava o treinador Ronald Koeman, que já coçava os seus poucos cabelos, a pensar o que teria de fazer para evitar um desastre. Eis que Graziano Pellè resolveu ser a mudança que o professor queria ver. Aos 33, de bicicleio, ele diminuiu. No lance seguinte, apareceu no primeiro pau para desviar de cabeça e empatar o jogo. Efusiva comemoração no banco dos meninos de Roterdã. Nascia um mito, uma lenda, um guerreiro.
"Wij hebben onze Oséas! (em inglês: we have our Oséas; em espanhol: tenemos nuestro Oséas; em francês: nous avons notre Oséas; em português: temos nosso Oséas)" bradou Koeman, em polvorosa.
A zebra então levantou-se de sua soneca e voltou a correr pelo gramado. Com 26 redondos jogados no segundo tempo, escanteio para o Zwolle. Mulder saiu catando borboletas e não achou a bola, que caiu bem na cabeça de Avdic, para marcar o terceiro gol dos donos da casa. Uma tragédia que impediu o confronto de ser uma história de superação, virando uma legítima comédia.
Com o revés, o Feyenoord caiu para a quarta posição na Eredivisie, somando os mesmos 44 pontos do Twente, que empatou com o Willem II e passou na frente.
Sobre o nosso Oséas
Graziano Pellè tem 1,93m, 27 anos, é italiano e começou sua carreira no Lecce, em 2003. Somava passagens apagadas por Catania, Crotone, Cesena, quando teve a chance de assinar com o AZ Alkmaar, tomando um rumo pouco comum para atletas do seu país. Após quatro temporadas no AZ, foi vendido em 2011 para o Parma, que repassou seus direitos por empréstimo à Sampdoria. Retornou seis meses depois ao Parma, até que em 2012-13 foi transferido para o Feyenoord. Já marcou 17 vezes nesta edição da Eredivisie.
Felipe Portes é estudante de jornalismo, tem 22 anos e é redator no Trivela, além de ser o dono e criador da Total Football. Work-a-holic, come, bebe e respira futebol.
"O futebol na minha vida é questão de fantasia, de imaginário. Fosse uma ciência exata, seria apenas praticado por robôs. Nunca fui bom em cálculos e fórmulas, o lado humano me fascina muito mais do que o favoritismo e as vitórias consideradas certas. Surpresas são mais saborosas do que hegemonias."
No twitter, @portesovic.
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