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Fonte: Who ate all the pies |
5°- Watford 3-1 Leicester - 12 de maio de 2013
O gol:
Deeney, aos 98 minutos
O que
valia: vaga na final da Championship
O Watford
ganhava por 2 a 1 e garantia vaga na final da Championship, a segunda divisão
inglesa. Nos acréscimos, o sonho foi ameaçado pelo som do apito do juizão, que
apontou para a marca de cal e indicou pênalti para o Leicester. Se Knockaert
fizesse, "adeus, decisão" para o time da casa. Mas Almunia (aquele,
ex-Arsenal) defendeu a cobrança, pegou o rebote e ainda puxou o contra-ataque
que levou ao terceiro gol dos anfitriões, marcado por Deeney, sacramentando a
classificação. O Watford, no entanto, perdeu a final para o Crystal Palace por
1 a 0 e não conseguiu uma vaga para a
Premier League. Mas a imagem que fica é a da torcida invadindo o gramado após o
terceiro gol contra o Leicester.
4º - Chelsea 1-1 Barcelona - 6 de maio de 2009
O gol:
Iniesta, aos 93 minutos
O que
valia: vaga na final da Champions League
Em 2012,
o árbitro norueguês Tom Henning declarou que ainda recebia ameaças de morte de
torcedores do Chelsea. O juiz passou a ser odiado pelos blues desde que deixou
de marcar ao menos dois pênaltis claros para os ingleses durante aquela partida
decisiva contra o Barcelona em 2009. Alguns juram que foram mais que dois - a
conta dos mais indignados chega a cinco. No jogo, os ingleses conseguiram se
impor desde o início e marcaram logo aos 8 minutos do primeiro tempo, com
Essien. Outras chances foram criadas, mas todas elas esbarraram em empurrões e
faltas dentro da área que Henning interpretou como lances normais do jogo.
A
superioridade só serviu mesmo para intensificar o sentimento de frustração que
tomou conta do Stamford Bridge após o gol de empate. Andrés Iniesta acertou o
ângulo em um chute tão bonito quanto o de Essien e pegou de surpresa até mesmo
o novato Pep Guardiola, que já havia admitido a derrota ao cumprimentar o
técnico dos blues, Guus Hiddink, pela então classificação. A partida, mais uma
das tantas semifinais perdidas por Hiddink na carreira, marcou o início de uma
era vitoriosa de Guardiola - que, ironicamente, só terminaria em outra
semifinal decidida nos últimos minutos contra o Chelsea. Em 2012, Fernando
Torres marcou aos 46 minutos do segundo tempo no Camp Nou, eliminando o
Barcelona e sacramentando o pedido de demissão do técnico blaugrana. Desde
então, Henning pôde dormir mais sossegado.
3º - Real
Madrid 2-2 Real Zaragoza - 10 de junho de 2007
O gol: Van Nistelrooy, aos 43 minutos
O que
valia: título espanhol antecipado
Quando
alguém te disser que campeonato de pontos corridos não tem emoção, fale desta
partida. O título espanhol do Real Madrid naquele ano foi duplamente
emocionante. Se não bastasse o gol de cabeça de Ruud Van Nistelrooy aos 43
minutos contra o bom Zaragoza de Diego Milito, o título só veio após o gol de
Tamudo sobre o Barcelona em pleno Camp Nou, trinta segundos depois. Um dos
minutos certamente mais felizes da vida de qualquer torcedor blanco. Pois, como o vídeo mostra, ainda melhor do que ser campeão é ganhar vendo o seu maior rival se lamentando
simultaneamente.
2º - Manchester
City 3-2 Queens Park Rangers - 13 de maio de 2012
O gol: Agüero, aos 49 minutos do segundo tempo
O que
valia: o título da Premier League
Não é
absurdo dizer que a partida foi uma das melhores de todos os tempos. Tivemos de
tudo no cenário do City of Manchester Stadium: gol do time da casa logo no início (Zabaleta), expulsão
dos visitantes (sim, Joey Barton apareceu como é do seu costume), virada do
QPR, silêncio da torcida do City, gol do rival Manchester United contra o
Sunderland, novamente silêncio dos donos da casa. Aos 46 minutos, Dzeko marcou
de cabeça e empatou a partida. Ainda não era suficiente. Três minutos depois,
quando os torcedores se misturavam à frente dos lugares numerados e
acompanhavam em pé todos os lances, Mario Balotelli (que havia entrado no
segundo tempo) fez a parede para Sergio Agüero dominar, driblar um zagueiro e
fuzilar, quase sem ângulo, a meta do goleiro Kenny. Hoje, a explosão de vozes
dos fanáticos pelo citizens parecem sincronizados com o chute do argentino. Era
o grito de campeão.
1°- Manchester
United 2-1 Bayern de Munique - 26 de maio de
1999
O(s) gol(s):
Sheringham, aos 45 minutos, e Solskjaer, aos 47 minutos
O que
valia: o título da Champions League
Gol de
título no último minuto vale mais. Principalmente quando a conquista é da
Champions League, após 30 anos sem ganhar a competição. Os dois gols em cima do
Bayern representam um período de reconstrução do Manchester United. A grande
virada dos Red devils começara, na verdade, quando Alex Ferguson assumiu o
posto de treinador da equipe, em 1986. Após campanhas medianas, o treinador
conseguiu fazer o clube ser grande novamente com a criação da Premier League e
a chegada do craque Eric Cantona, que abandonou o futebol pouco antes da final.
A promissora geração de Beckham e Giggs chegou à decisão com favoritismo, mas
sem poder contar com os suspensos Roy Keane e Paul Scholes.
O time sentiu a
falta dos seus titulares no meio de campo no primeiro tempo e foi dominado
pelos alemães, que marcaram na cobrança de falta de Basler. O Manchester foi
tomando conta do jogo, mas sofria na saída de jogo. Restava apelar para os
cruzamentos de Beckham. O que deu certo, embora tenha demorado. Nos acréscimos,
após um escanteio cobrado pelo galã, Giggs aproveitou o rebote
e chutou para dentro da área. Sheringham, o eterno reserva decisivo, escorou e
empatou a partida. Ainda restavam dois minutos de jogo, quando a zaga do Bayern
entrou em pânico e chutou novamente para o escanteio. Beckham dessa vez foi
certeiro ao encontrar o grandão Sheringham, que escorou para Solskjaer marcar o
gol do título. Os jogadores alemães caíram no chão de desgosto e precisaram ser
reanimados pelo árbitro Pierluigi Collina, que ainda demorou alguns segundos
para decretar o final de partida mais emocionante que conseguimos recordar.
Rafael Monteiro tem 22 anos, é estudante de jornalismo e trabalha no R7. Também é um dos colaboradores do Fuerte Bomba.
"Por alguma brecha, o futebol pode ser visto pelo olhar filosófico (que eu não tenho). Nelson Rodrigues dizia que o pior cego em futebol é o que vê só a bola. Ele, míope quase cego, via muito mais do que eu, que digo que feliz mesmo na vida é o sujeito que leva a bandeira do time para o caixão. E nós seguimos filosofando, pois é o que a sociedade faz quando não tem resposta. No fundo, você, eu e quem mais chegar na mesa sabemos que a única resposta válida no futebol é o gol".
No twitter, @r_afaelmonteiro.
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