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Foto: Globoesporte.com |
Era uma vez
uma floresta mágica, em que viviam diversos tipos de personagens. No meio desta
floresta havia um castelo, Campeonato, onde morava uma princesa chamada Vitória
e suas duas irmãs: Empata e Derrota. Elas andavam sempre juntas e gostavam de
pregar peças em quem tentasse se mover dentro de Campeonato.
Esse castelo era
um local muito disputado. Durante meses, todo ano, diversas entidades entravam
lá e passavam procurando a melhor maneira de chegar ao seu topo, antes ou no
limite das trinta e oito badaladas mágicas do relógio central. Do lado de fora, multidões aglomeravam-se, na
torcida para que uma daquelas entidades que os representava pudesse chegar ao
topo e jogasse, de lá, a magia da glória para eles.
Para quatro
entidades (normalmente, porque havia uma bruxaria que poderia modificar esse
número), o topo de Campeonato reservava uma vista gloriosa do exterior da
floresta. Como Campeonato era muito apertado, havia um local especial próximo
às estrelas, em que aquele que ali chegasse poderia contemplar o cenário de
forma mais confortável. Ao contrário, os outros três ficariam espremidos.
Pois no tempo
em que nós, aqui neste mundo, chamamos de “final-de-semana passado”, a disputa
pelo topo e pela glória acirrou-se um pouco mais – ainda que nem tanto,
enquanto a desgraça que atormenta os desgarrados perdidos na parte de baixo no
labirinto de Campeonato encostou a faca do desespero na garganta de uma
galerinha. E as princesas acabaram por exibir todas as suas habilidades na arte
da zuera mágica™.
No sábado, o
destemido batalhão tricolor da bandeira branca, verde e grená, sob a motivação
das mais puras doses de uísque e cachaça, alçou-se com toda a luxúria de um
príncipe encantado contra o Dragão da lanterna. Uma luta clássica, como vocês
todos conhecem de outras histórias de príncipes, princesas e dragões (para
detalhes, ver SHREK). Desta vez, porém, saíram chamuscados (1-2). Mas de tão
mágico este Campeonato, os guerreiros (?) tricolores não ficaram sem sua dama: acabaram
a noite envoltos nos braços cabeludos da Derrota, enquanto olhavam com aquela
cara de cachorro para a irmã mais bonita, logo ao lado.
Esperançoso
pelos atributos suculentos da princesa Vitória, e tendo visto que o então líder
dormia um sono conturbado ao lado da Derrota, o galináceo dentuço de cabelo
blackpower e cara de choro viu no enfrentamento com o Timbu a chance de retomar
a frente rumo à glória. Mas o aparente conto de fadas aviário transformou-se em
pesadelo quando Souza fez o gambá de orelha branca emitir um xixi no olho do
Atlético. Atordoado, o galo ainda conseguiu se livrar de outro jato fétido
(Victor pegou um pênalti), mas acabou mesmo se abraçando na mesma princesa que
o rival abraçara anteriormente (1-0). Ao final do domingo, mesmo de mãos dadas
com Derrota, o Fluminense, por algum tipo de torpor, sorria ao vislumbrar, na
irmã feia, o rosto de Vitória.
Pois a
terceira irmã tava dando sopa, sem ter o que fazer, entediada por só ter
trabalho com alguns ocupantes do meio de Campeonato. Atravessava uma ponte
preta em chamas, onde não acontecia nada (0-0), para chegar onde uma raposa
brigava com um navegador europeu (1-1). De um lado pra outro, sem emoção
nenhuma. Então notou que sua irmã Vitória ouriçava-se nos encantos de um MONERO
sensual, solteiro no Rio de Janeiro, braços abertos sobre a Guanabara, e
resolveu patifar a coisa toda. Colou num jovem reserva, sob a bandeira do
urubu, e o fez dar asas à bola que empatou a partida entre Flamengo e Grêmio
(1-1).
Então apareceu
um grupo de ninjas, todos vestidos de preto. Eram bons ninjas, uma vez que
ninguém tinha a menor idéia de onde eles haviam saído. Começaram a tocar
aquelas bolinhas de fumaça, e todos começaram a ficar atordoados. Empata, que
estava saracoteando com Flamengo e Grêmio, pareceu, a ambos, Derrota. O saci, quando
notou que não possuía uma perna, pensou que ela houvesse sido devorada por um
leão que estava próximo. Mas era apenas delírio tropical, fantasia, e, após
algum tempo, conseguir recuperar-se do cagaço e acabou ficando tudo mais ou
menos bem (2-2).
Nesse meio tempo, houve um tipo de desmatamento em Campeonato:
uma figueira que andava foi derrubada por um pitbull baiano (2-1), e uma
palmeira levou duas machadas (2-0) (de uma turminha que já descobriu uma
passagem secreta para fora do castelo) e está perto de cair. Assim, no
calabouço de Campeonato, hoje, encontram-se um dragão, duas áveres...
averezes... árvoros (enfim) e um leão.
O final da
noite foi conturbado em Campeonato, porque os ninjas tiraram as máscaras e
todos viram que eram apresentadores de programas esportivos querendo dar um
pouco de alegria àquela disputa. Como não funcionou e todos estavam bem loucos,
eles trouxeram algumas dançarinas mascaradas, que ficarão fazendo dança do
ventre até o final de semana que vem. Mal sabem os pretendentes que elas são as
três irmãs, e que tudo isso deve se repetir na próxima badalada.
Troféu BRANCA
DE NEVE da rodada: São Paulo, único dos 8 primeiros a vencer, o que lhe garante
sobrevida na luta pela vaga à Libertadores;
Troféu
MADRASTA MÁ: Leandro Damião, que foi dar uma letra e perdeu o gol que poderia
ter dado a vitória ao Internacional contra o Sport.
Troféu SETE
ANÕES (ns): Coritiba e Santos, só pra constar que foi 1-2 e que o Neymar fez um
gol que vai ser usado para compará-lo a Messi e Maradona.
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